sexta-feira, 15 de julho de 2011

Medidas, Que medidas ?

Acho que não estarei enganado se disser que foram os banqueiros deste mundo e o sistema financeiro por eles implementado que esteve e está na origem da falência da grande maioria dos países. 

Chegou a pensar-se que as grandes potências não iriam ser afectadas por estes malefícios ou que não seriam afectadas na mesma dimensão dos pequenos e periféricos países. Puro engano. O efeito de contágio afecta quase todas as economias do mundo. Os Estados Unidos estão em vias de não conseguir cumprir com as suas obrigações, a Itália e a Espanha estão a ficar com níveis de endividamento muito próximos dos da Grécia, Finlândia e Portugal, ora, se este é o actual estado do mundo porque razão não se tomam as medidas que possam resultar no reverso do que está a acontecer?

Antes de tudo o mais a primeira medida seria penalizar todos aqueles que de alguma forma contribuíram para esta generalizada falência de uma parte do mundo. Colocar na cadeia os principais cabecilhas e aos outros, os seus seguidores, tirar-lhes os privilégios que continuam a ter. Esta seria uma medida preventiva que podia servir para que outros não tivessem a tentação de voltar a colocar semelhante estratégia no mundo financeiro. Depois, cada um dos países tinham que tomar medidas necessárias para que de alguma forma fosse possível reverter a actual situação.

Em Portugal, o país que mais nos interessa, o novo governo criticou as políticas do anterior, chegou a dizer que não iria aumentar impostos ou cortar nos benefícios do trabalho, contudo, a primeira das medidas tomadas foi exactamente cortar num dos salários dos trabalhadores: cortar 50% da parte restante do valor do salário mínimo nacional no 14º mês.

Na nossa opinião a primeira medida a tomar seria baixar os vencimentos a todos os gestores públicos para níveis abaixo do salário do presidente da república, retirar as pensões a todos aqueles que teimam em continuar na vida activa, a começar pelo presidente da república e colocar um tecto máximo com valores que não ultrapassassem o vencimento do primeiro ministro; retirar privilégios aos magistrados, nomeadamente com as subvenções para pagamento de alugueres de casas e outras despesas de carácter pessoal e ou familiar ( o secretário de estado da justiça dizia um dia destes que o estado paga 38 milhões de euros só em rendas, uma vergonha nacional); reduzir drasticamente os pagamentos de ajudas de custo a todos os políticos e ou funcionários, que recebem tais ajudas pelo simples facto estarem deslocados ( como se qualquer outro trabalhador, de qualquer outra profissão, quando têm que mudar de residência para trabalhar não tivesse que pagar do ordenado que aufere as suas normais despesas, como por exemplo a alimentação e habitação); reduzir o número de efectivos eleitos nas autarquias, assembleias de freguesia e municipais; reduzir nos gastos com comunicações e transportes dos agentes políticos nacionais e locais e nos serviços onde tal for possível.

Começando por cortar nos excessos e nos vencimentos dos mais poderosos, o país iria entender melhor outras medidas mais penalizadoras para o comum do cidadão. Provavelmente os portugueses iriam compreender as razões porque lhe retiram uma percentagem do subsidio de Natal, porque vão ter que comprar os produtos de primeira necessidade com um significativo aumento, se, como tudo indica, forem actualizadas as taxas de IVA, com a passagem de uma quantidade muito significativa de produtos que hoje são taxados a 6% para 12 ou 13% e os que agora são cotados a 12% para 23%. Estamos a falar de 6 a 7 % de aumento no primeiro caso e de 11% no segundo. Como estes são produtos, que só pelo facto de terem, até aqui, taxas reduzidas, melhor se percebe que são os produtos que mais se consomem, os de primeiríssima necessidade. Com esta medida, a verificar-se o que já se fala à boca grande, os bolsos dos portugueses vão ficar mais vazios e em alguns casos até se pode dar o caso de não terem dinheiro para os consumir. Naturalmente e por inversão dos factos o estado vai arrecadar uma receita substancial devido à enorme rotação que os mesmos têm.

Obviamente, as contas públicas não vão melhorar se as medidas passarem pela demagógica intenção dos funcionários públicos deixarem de usar gravata para que se evite ligar o ar condicionado, como preconiza a ministra da agricultura, como se o simples facto de se tirar a gravata inibe alguém de utilizar aqueles aparelhos que debitam frescura, ou, como aquela dos políticos passarem a viajar em classe turística.