quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O "Buracão"

Este texto, copiado do Jornal Médico de Família,  tem-me deixado perplexo e a ter cada vez mais duvidas da honra e honestidade das pessoas, foi por isso que decidi publica-lo aqui neste espaço.

O Buracão

Explicado o cromo, vamos ao que interessa... Ao "Buracão" que seleccionei para esta quinzena. A coisa conta-se em duas penadas: outro dia, estava eu na Redacção a destilar veneno... Toca o meu telefone directo. No visor a indicação "número anónimo"... Atendi, curioso. Do outro lado da linha, uma voz que não reconheci, masculina, que começou logo por avisar que não se identificava... Que tinha coisas para contar... Muito graves... Que era preciso denunciar...

- Tudo bem... E que coisas são essas? - Perguntei.

- Uma grande fraude que se está a passar nas farmácias.

- Ai sim? Ora conte lá isso...

- O senhor jornalista lembra-se de quando ia aviar remédios à farmácia e lhe cortavam um bocadinho da embalagem e a colavam na receita, que depois era enviada para o Ministério da Saúde, para reembolso às farmácias? Lembro, perfeitamente... Mas isso já não existe, não é verdade?  É... Agora é tudo com código de barras. E é aí que está o problema... É aí que está a fraude. Deixe-me explicar: como o senhor sabe, há muita gente que não avia toda a receita. Ou porque não tem dinheiro, ou porque não quer tomar um dos medicamentos que o médico lhe prescreveu e não lhe diz para deixar de o receitar. Ora, em algumas farmácias - ao que parece, muitas - o que está a acontecer é que os medicamentos não aviados são na mesma processados como se o doente os tivesse levantado. É só passar o código de barras e já está. O Estado paga.

- Mas o doente não tem que assinar a receita em como levou os medicamentos? - Perguntei.

- Tem. Mas assina sempre, quer os levante, quer não. Ou então não tem comparticipação... Teria que ir ao médico pedir nova receita...

- Continue, continue - Convidei

- Esta trafulhice acontece, também, com as substituições. Como também saberá, os medicamentos que os médicos prescrevem são muitas vezes substituídos nas farmácias. Normalmente, com a desculpa de que "não há... Mas temos aqui um igualzinho, e ainda por cima mais barato". Pois bem: o doente assina a receita em como leva o medicamento prescrito, e sai porta fora com um equivalente, mais baratinho.

Ora, como não é suposto substituírem-se medicamentos nas farmácias, pelo menos quando o médico tranca as receitas, o que acontece é que no processamento da venda, simula-se a saída do medicamento prescrito. É só passar o código de barras e já está. E o Estado paga pelo mais caro...

Como o leitor certamente compreenderá, não tomei de imediato a denúncia como boa. Até porque a coisa me parecia simples de mais. Diria mesmo, demasiado simples para que ninguém tivesse pensado nela. Ninguém do Estado, claro está, que no universo da vigarice há sempre gente atenta à mais precária das possibilidades. Telefonei a alguns farmacêuticos amigos a questionar...

- E isso é possível, assim, de forma tão simples, perguntei.

- É!... Sem funfuns nem gaitinhas. É só passar o código de barras e já está, responderam-me do outro lado da linha.

- E ninguém confere? - Insisti.

- Mas conferir o quê? - Só se forem ter com o doente a confirmar se ele aviou toda a receita e que medicamentos lhe deram. De outro modo, não têm como descobrir a marosca.

E ó Miguel, no estado a que as coisas chegaram, com muita malta à rasca por causa das descidas administrativas dos preços dos medicamentos... Não me admiraria nada se viessem a descobrir que a fraude era em grande escala...

E pronto... Aqui fica a denúncia, tal qual ma passaram...

Se for verdade... Acho que é desta que o Carmo e a Trindade caem mesmo!

Site do Jornal Médico de Família

Se for verdade, agora interrogo-me eu, esta ladroagem contribui, em muito, para que outros roubem os subsidios de férias e de natal aos cidadãos.

O Silva das Vacas

Ao ler este escrito, da autoria de Luís Manuel Cunha, do Jornal de Barcelos, não resisti a coloca-lo aqui neste meu espaço.

O Silva das Vacas

Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Albertina, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um assunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria "gorda", farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto:

"A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi."

Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção. Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria "gorda", ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este "cagarola" que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo "sorriso das vacas", satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de "ir ao boi", ao menos uma vez cada ano!

Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou "surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha"! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!! Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de "vacas sagradas", essas sim com direito a atendimento personalizado pelo "boi", enquanto as outras são inexoravelmente "ordenhadas"! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito.

A este "Américo Tomás do século XXI" chamou um dia João Jardim, o "sr. Silva". Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente "o Silva". O Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente.

Luís Manuel Cunha in «Jornal de Barcelos», 5 de Outubro, 2011.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Medidas, Que medidas ?

Acho que não estarei enganado se disser que foram os banqueiros deste mundo e o sistema financeiro por eles implementado que esteve e está na origem da falência da grande maioria dos países. 

Chegou a pensar-se que as grandes potências não iriam ser afectadas por estes malefícios ou que não seriam afectadas na mesma dimensão dos pequenos e periféricos países. Puro engano. O efeito de contágio afecta quase todas as economias do mundo. Os Estados Unidos estão em vias de não conseguir cumprir com as suas obrigações, a Itália e a Espanha estão a ficar com níveis de endividamento muito próximos dos da Grécia, Finlândia e Portugal, ora, se este é o actual estado do mundo porque razão não se tomam as medidas que possam resultar no reverso do que está a acontecer?

Antes de tudo o mais a primeira medida seria penalizar todos aqueles que de alguma forma contribuíram para esta generalizada falência de uma parte do mundo. Colocar na cadeia os principais cabecilhas e aos outros, os seus seguidores, tirar-lhes os privilégios que continuam a ter. Esta seria uma medida preventiva que podia servir para que outros não tivessem a tentação de voltar a colocar semelhante estratégia no mundo financeiro. Depois, cada um dos países tinham que tomar medidas necessárias para que de alguma forma fosse possível reverter a actual situação.

Em Portugal, o país que mais nos interessa, o novo governo criticou as políticas do anterior, chegou a dizer que não iria aumentar impostos ou cortar nos benefícios do trabalho, contudo, a primeira das medidas tomadas foi exactamente cortar num dos salários dos trabalhadores: cortar 50% da parte restante do valor do salário mínimo nacional no 14º mês.

Na nossa opinião a primeira medida a tomar seria baixar os vencimentos a todos os gestores públicos para níveis abaixo do salário do presidente da república, retirar as pensões a todos aqueles que teimam em continuar na vida activa, a começar pelo presidente da república e colocar um tecto máximo com valores que não ultrapassassem o vencimento do primeiro ministro; retirar privilégios aos magistrados, nomeadamente com as subvenções para pagamento de alugueres de casas e outras despesas de carácter pessoal e ou familiar ( o secretário de estado da justiça dizia um dia destes que o estado paga 38 milhões de euros só em rendas, uma vergonha nacional); reduzir drasticamente os pagamentos de ajudas de custo a todos os políticos e ou funcionários, que recebem tais ajudas pelo simples facto estarem deslocados ( como se qualquer outro trabalhador, de qualquer outra profissão, quando têm que mudar de residência para trabalhar não tivesse que pagar do ordenado que aufere as suas normais despesas, como por exemplo a alimentação e habitação); reduzir o número de efectivos eleitos nas autarquias, assembleias de freguesia e municipais; reduzir nos gastos com comunicações e transportes dos agentes políticos nacionais e locais e nos serviços onde tal for possível.

Começando por cortar nos excessos e nos vencimentos dos mais poderosos, o país iria entender melhor outras medidas mais penalizadoras para o comum do cidadão. Provavelmente os portugueses iriam compreender as razões porque lhe retiram uma percentagem do subsidio de Natal, porque vão ter que comprar os produtos de primeira necessidade com um significativo aumento, se, como tudo indica, forem actualizadas as taxas de IVA, com a passagem de uma quantidade muito significativa de produtos que hoje são taxados a 6% para 12 ou 13% e os que agora são cotados a 12% para 23%. Estamos a falar de 6 a 7 % de aumento no primeiro caso e de 11% no segundo. Como estes são produtos, que só pelo facto de terem, até aqui, taxas reduzidas, melhor se percebe que são os produtos que mais se consomem, os de primeiríssima necessidade. Com esta medida, a verificar-se o que já se fala à boca grande, os bolsos dos portugueses vão ficar mais vazios e em alguns casos até se pode dar o caso de não terem dinheiro para os consumir. Naturalmente e por inversão dos factos o estado vai arrecadar uma receita substancial devido à enorme rotação que os mesmos têm.

Obviamente, as contas públicas não vão melhorar se as medidas passarem pela demagógica intenção dos funcionários públicos deixarem de usar gravata para que se evite ligar o ar condicionado, como preconiza a ministra da agricultura, como se o simples facto de se tirar a gravata inibe alguém de utilizar aqueles aparelhos que debitam frescura, ou, como aquela dos políticos passarem a viajar em classe turística.

sábado, 25 de junho de 2011

Eu conheço um país

Há dias recebi na minha caixa de correio electrónico este texto, com o qual não podia estar mais de acordo. Durante cerca de dois anos ouvimos, diariamente, alguns dos políticos da nossa praça, (alguns agora até nos estão a governar) aqueles que mais deviam contribuir para que Portugal fosse um país onde todos gostassem de viver, dizerem mal e achincalharem uma pátria que faz coisas boas e tem coisas boas para oferecer a todos nós. É por isso que, com a devida vénia, vou publicar no meu blog o texto assinado por Nicolau Santos publicado na revista up da TAP:


Eu conheço um país

Que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil).

Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas.

Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins. Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.

Eu conheço um país

Que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra

Que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra

Que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).

Eu conheço um país

Que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo,

Que também está a construir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).

Eu conheço um país

Que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT),

Que é líder mundial em software de identificação (NDrive),

Que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da NASA (Critical) e

Que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)

Eu conheço um país

Que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano.

E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.

Eu conheço um país

Que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e

Que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).

Eu conheço um país

Que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e

Que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).

Eu conheço um país

Que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e

Que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).

Eu conheço um país

Que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim,

Que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos,

Que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto,

Que tem uma das melhores selecções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).

Eu conheço um país

Que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).

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Todos nós conhecemos casos de grande sucesso que nos engrandece e nos deixa orgulhosos de ser português. Ao avivar de memória que Nicolau Santos aqui nos deixou eu acrescento com aquilo que escrevi aqui 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Primeira derrota de Passos Coelho ?

Sim. Em termos políticos esta foi uma derrota pessoal do líder do partido mais votado nas últimas eleições e indigitado primeiro-ministro. O seu candidato para presidir à mesa da Assembleia da república, Fernando Nobre, foi derrotado nas duas votações que ocorreram no hemiciclo e essa situação não passa nem vai passar despercebida aos analistas políticos e, naturalmente, ao povo português, embora este seja um caso menor.

Na primeira votação Nobre conseguiu obter 106 votos, dos 230 deputados, na segunda votação teve menos um que na primeira: 105. Isto quer dizer que nem todos os deputados do PSD, que o propôs, votaram neste candidato. Na primeira votação foram dois os deputados que não votaram em Nobre e na segunda votação foram 3, reforçando a posição negativa que esta escolha acabou por merecer, inclusive no PSD.

Este primeiro constrangimento para Passos Coelho vem reforçar o peso que o CDS vai ter no governo que amanhã toma posse. Paulo Portas passou uma clara mensagem quando disse que o candidato de Passos Coelho não reunia as condições para ser a segunda figura institucional do estado e por outro lado colocou em sentido o PSD sobre a importância que o seu partido vai ter na governação do país: “se não for como nós queremos a governação pode ser um fiasco”, podia dizer Portas.

Perante a rejeição do parlamento não restou outra alternativa a Fernando Nobre que não fosse a retirada da sua candidatura ao lugar, colocando nas mão do PSD a escolha de novo candidato. Fernando Nobre, ao contrário do que chegou a dizer, vai assumir o cargo de deputado.

Numa de justificação, Fernando Nobre ouviu do representante do PSD, Miguel Macedo, palavras elogiosas, mas notou-se que o fundador da AMI estava constrangido e, dizemos nós, derrotado.

Perante esta inédita situação, o parlamento só vai ter novo líder depois do governo tomar posse. Pela manhã vão tomar posse os deputados que irão substituir os elementos que seguem para o governo, pelo meio dia Cavaco Silva dá posse ao executivo e o parlamento abre os trabalhos, para nova eleição do seu presidente, pelas 16 horas. O Madeirense Guilherme Silva e o açoriano Mota Amaral são os principais candidatos ao lugar. As candidaturas terão que ser apresentadas até às 14 horas de terça-feira.

domingo, 19 de junho de 2011

Novo Governo toma posse 3ª feira

O indigitado primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho escolheu a equipa com a qual pretende governar Portugal nos próximos 4 anos. A primeira constatação é a de que o número de ministérios foi reduzido de forma significativa. Apenas 11 ministros vão ter a incumbência de governar o nosso país. Haverá quem ache suficiente e haverá quem ache o contrário. Para nós, mais importante será que os escolhidos tenham a competência necessária para que não afectem ainda mais as condições, precárias, com que vive uma parte significativa dos portugueses, naturalmente, os mais carenciados.

Alguns dos escolhidos são-me totalmente desconhecidos, quer em termos políticos quer em termos técnicos, mas, como o Expresso aqui se dá conta, os seus currículos deixam alguma margem para podermos dar o benefício da dúvida, embora currículos seja uma coisa e outra bem diferente será a competência. Vamos ver para crer.

Conheça as pastas e os ministérios que os escolhidos de Passos Coelho e Paulo Portas vão ter que gerir nos próximos quatro anos:

Presidente do Conselho de Ministros: Pedro Passos Coelho

Ministro dos Negócios Estrangeiros - Paulo Portas

Ministro das Finanças - Vítor Gaspar

Ministro da Economia - Álvaro Santos Pereira

Ministro da Administração Interna - Miguel Macedo

Ministro da Justiça - Paula Teixeira da Cruz

Ministro da Defesa - José Pedro Aguiar Branco

Ministro da Saúde - Paulo de Macedo

Ministro da Agricultura e Ambiente - Assunção Cristas

Ministro dos Assuntos Sociais - Pedro Mota Soares

Ministro da Educação - Nuno Crato

Ministro dos Assuntos Parlamentares - Miguel Relvas

Entretanto, já estão escolhidos três Secretários de Estado, provavelmente, aqueles que para os lideres do PSD e CDS, têm mais importância neste governo:

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Luís Marques Guedes

Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro - Carlos Moedas

Secretário de Estado da Cultura - Francisco José Viegas

Como entretanto vai haver conselho europeu no próximo dia 23 a tomada de posse do Governo vai ter lugar esta 2ª feira de modo a que o novo primeiro ministro se possa preparar para representar Portugal naquela reunião da EU.

Gala do Futebol Distrital

Realizou-se na noite de ontem, no concelho da Sertã, a 3ª gala do Futebol Distrital, organizada pela Associação de Futebol de Castelo Branco, com a colaboração da CM Sertã, IPCB e alguns órgãos de comunicação social de entre os quais a RCB -Rádio Cova da Beira e que serviu para distinguir os atletas, os técnicos e os dirigentes que ao longo da época 2010/2011 mais se distinguiram no futebol e no futsal.

Nesta gala foram também entregues as taça aos diferentes clubes que se sagraram campeões distritais de todos os escalões, de futebol e futsal e o Polo da Associação Nacional de Treinadores de futebol, distinguiu cada um dos treinadores que se sagraram campeões distritais.

Para além dos distinguidos, em resultado de uma escolha muito criteriosa de um jurí composto por elementos da comunicação social e dos órgãos sociais da AFCB, foi também homenageado, com a mais alta distinção da Gala, Mário Minhós, que recebeu o prémio prestigio, pelos reconhecidos méritos que teve ao serviço da associação de futebol de Castelo Branco, que serviu durante 13 anos, como presidente da direcção.

Foram nomeados três elementos por cada categoria.

Para melhor jogador sénior de futebol dos campeonatos nacionais, foram nomeados: Ronan - Benfica C. Branco, Ídris – Sertanense e Ivo Pinto – SC Covilhã. O vencedor foi Ivo Pinto

Para melhor Jogador sénior de futebol dos campeonatos distritais foram nomeados: Ricardo Costa – Penamacorense, Rabãa – Sernache e Nuno Carvalheiro – Alcains. O vencedor foi Ricardo Costa

Para melhor jogador sénior futsal dos campeonatos nacionais foram nomeados: Marco Borronha – Boa Esperança, Jander – A. D. Fundão e Buíu – A.D. Fundão. O vencedor foi Buiu.

Para melhor jogador sénior de futsal dos distritais, foram nomeados: Gonçalo – Alcaria, Artur – SC Covilhã e João Paulo Aguilar – SC Covilhã.O vencedor foi João Paulo Aguilar

Para melhor jogador da formação em futebol os nomeados foram: João Diogo – Benfica C. Branco, Diogo Gaspar – SC Covilhã e Bruno Sousa – Bº Valongo. O vencedor foi João Diogo

Para melhor jogador da formação em futsal foram nomeados: Rui Gaspar – AD Fundão, João Ramos –Ladoeiro e Dário – Paul. O vencedor foi Rui Gaspar

Para melhor jogadora do futsal feminino foram nomeadas: Daniela Rodrigues – Casa Benfica Alcains, Cátia Morgado – AD Estação e Mafalda Galhofo – Bº Cansado. A vencedora foi Cátia Morgado

Para melhor Treinador futebol sénior foram nomeados: José Bizarro – Sertanense, Hugo Andriaça – Penamacorense e Filipe Avelar – Sernache. O vencedor foi Hugo Andriaça

Para melhor treinador de futsal foram nomeados: Joel Rocha – A.D. Fundão, Artur Rodrigues – Alcaria e João Paulo Santos – SC Covilhã. O vencedor foi Joel Rocha

Para melhor treinador da formação de futebol e futsal foram nomeados: Joca – C. Ac. Fundão, Rui Melo – Bº Valongo e Pedro Ribeiro – Ladoeiro. O vencedor foi Rui Melo

Para melhor dirigente foram nomeados: António Joaquim – V. Sernache, Paulo Farinha – Sertanense e Fernando Fiúza – C. Ac. Fundão. O vencedor foi Paulo Farinha.

Ricardo Fontes foi o melhor árbitro do distrital e por isso recebeu o prémio para a sua categoria

A direcção da Associação de Futebol de Castelo Branco procedeu a uma singela e sentida homenagem a Jorge Martins, que nos deixou recentemente, pelos serviços que prestou à comunidade e em especial ao futebol, quer ao serviço do Benfica e Castelo Branco, quer ao serviço da AFCB, onde desempenhava as funções de vice-presidente, quando pereceu.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Serviço de Urgência CHCB ?

Ontem fiquei atónito com o que me aconteceu no Centro Hospitalar da Cova da Beira. Entrei no hospital da Covilhã às 15h15, com a minha esposa, com problemas de saúde e, depois do processo normal de admissão chamaram a minha esposa para a norma triagem. A situação ocorreu às 15h25. Como a enfermeira de serviço achou que não era uma emergência foi atribuída a fitinha verde, que, nestes casos, pode ter que esperar até 180 minutos. Bom, regras são regras e neste caso nem foi necessário que se esgotassem o 180 minutos. Pouco depois de duas horas de espera a minha esposa foi chamada.

Foi observada pelo médico se serviço que achou por bem canalizar o processo para a área de cirurgia. Por volta das 17h35 um funcionário chamou a minha esposa para que o acompanha-se. Pensou a minha esposa que iria ser sujeita a exames complementares de diagnóstico, como por exemplo análises. Não foi isso que aconteceu. Pouco metros mais à frente no corredor, o dito funcionário mandou minha mulher sentar-se e aguardar, porque iria ser sujeita a uma consulta de cirurgia.

Tudo normal, até aqui. O pior foi o que se seguiu. Passaram as 18h, as 19h, as 20h, as 21h, as 22h e as 23 horas e nem sinal da suposta médica de cirurgia. A minha esposa ficou a saber, sem que tivesse completas certezas, que a médica de serviço à urgência estaria a operar. Bom, em rigor, a ser verdadeira esta versão, a médica não se podia dividir em duas, ou estava a operar ou de serviço na urgência e se isso era um facto a situação é mais um caso de gestão dos serviços do que qualquer falha da própria médica, embora esta também tenha tido as suas culpas, não apenas em relação à minha esposa mas a outros doentes presentes. O caso mais flagrante teve a ver com uma senhora que deu entrada no hospital pelas 9 horas, foi atendida por volta do meio dia e, porque se concluiu que o caso dela teria que passar pelo internamento, a médica mandou esperar para que fossem preenchidos o requisitos necessários ao internamento, só que a dita senhora teve que permanecer no corredor do dito hospital, até às 21 horas, porque a médica não passou o relatório que daria seguimento ao processo, obrigando a senhora a ficar sentada num corredor, durante 12 horas e sem alimentação, quando podia ter ficado muito mais confortável, numa cama da enfermaria. Isto é uma falha grave e sem qualquer tipo de justificação.

Conclusão, a minha esposa, que não comia desde o almoço começou a sentir-se mal e, pelas 23h35, decidiu abandonar o Centro Hospitalar e regressar a casa, não só para se alimentar, mas também para poder tomar outros medicamentos que obrigatoriamente tem que tomar, por ser uma doente com várias patologias crónicas.

Naturalmente, porque quem não se sente não pode ser filho de boa gente, como muito bem diz o ditado popular,  a minha esposa estava sentida e por isso preencheu o documento de reclamação. Quando se deslocou ao balcão de atendimento para que lhe fosse passado o documento comprovativo de que tinha estado no hospital desde as 15h25 e as 23h35, a funcionária negou-se a passar-lhe o documento alegadamente por não ter sido atendida pelo médico de serviço, ou seja, por não lhe ter sido passada alta. Obviamente, sem documento para apresentar no seu trabalho, a minha esposa veio embora.

Esta reflexão tem a ver com o facto de cada vez mais os doentes estarem sujeitos a ser tratados de forma desajustada, para não dizer leviana, nos nossos hospitais em Portugal. Não se compreende que o mesmo médico tenha que estar, em simultâneo, a operar e de serviço no serviço de urgências. Os doentes, que não têm culpa que haja falta de médicos, são pessoas e devem ser tratadas como tal e com toda a dignidade. Não podem, de forma alguma, estar num hospital, durante oito (8) horas, para serem atendidas. Quem não perceber isto não está a  prestar um bom serviço ao país e não pode, na nossa opinião, desempenhar funções de chefia.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Futsal - Sporting está a um triunfo do título

O Sporting venceu hoje o eterno rival no segundo jogo da final do play-off do campeonato nacional da 1ª divisão.

Os leões carimbaram o segundo triunfo com um resultado de 4-2, que em rigor não traduz o equilíbrio que se registou na partida.

Nesta segunda partida, disputada, uma vez mais no recinto do Benfica, foram os leões a marcar primeiro, ainda na primeira parte. No segundo período do jogo o Benfica chegou à igualdade e, quando já se apontava para mais um jogo com prolongamento, o Sporting voltou a marcar, ficando com dois minutos para gerir a vantagem. Como este era um resultado que não podia interessar ao Benfica o seu treinador apostou em colocar a sua equipa a jogar 5 x 4. Neste sistema os encarnados podiam ter chegado à igualdade mas o guarda-redes do Sporting fez uma grande defesa e, como a bola sobrou para um jogador leonino este, de pronto, atirou para a baliza deserta, no lado oposto, colocando o resultado em 3-1, com 30 segundos para o final do encontro. A 16' o Benfica ainda reduziu, mas a ânsia de poder chegar ao empate foi tal que descuraram a retaguarda, aproveitada pelo Sporting para chegar ao 4-2, a 2 segundos do derradeiro apito.

Como este campeonato se resolve à melhor de três e não de cinco, como alguns comentadores da nossa televisão continuam a dizer, erradamente, porque melhor é ganhar um jogo, melhor é ganhar dois jogos e melhor é ganhar três jogos. Os cinco jogos são apenas uma questão matemática visto poder ser necessário realizar esse jogo se cada equipa vencer duas partidas, mas como se prova agora mesmo, com os dois triunfos do Sporting, a decisão do titulo pode não necessitar do 4º e muito menos do 5º jogo. Por isso o campeonato é disputado à melhor de três jogos, ou seja: o melhor tem que conquistar três vitórias.

O Sporting ficou mais perto de poder revalidar o título.

sábado, 11 de junho de 2011

Desporto e...

Sendo eu um homem do desporto, tenho escrito neste blog pouca coisa sobre desporto. Hoje vou ter essa preocupação, falando do feito da albicastrense Ana Hormigo, do casamento de Rui Patrício e da vitória do Sporting no primeiro jogo da final do Play-off em futsal.

A Albicastrense Ana Hormigo conquistou, neste sábado, a medalha de ouro na categoria de 48 kg na Taça do Mundo de Judo 2011, que se está a realizar em Odivelas, derrotando na final a judoca italiana, Valentina Moscatt, por ippon.


Ana Hormigo, depois do regresso, após paragem na carreira para ser mãe, apareceu em grande forma como atestam este resultado e aquele que alcançou na Taça do Mundo de Praga, na Republica Checa, em Fevereiro, quando conquistou a medalha de ouro na mesma categoria, derrotando na final a chinesa Shugen Wu, depois de ter deixado pelo caminho cinco judocas de grande prestígio internacional, inclusive a italiana que hoje derrotou na final.



Foto d' A Bola
 Rui Patrício casou-se esta tarde com a Joana. Esta noticia tem a importância que tem e terá muito pouca para aqueles que lêem estes nossos escritos. No entanto, tenho dois factores para falar deste acontecimento: em primeiro lugar por se tratar de um jovem guarda-redes, internacional, e que joga no clube do meu coração e também pelo facto da noiva, a Joana, ser uma pessoa muito querida de um amigo que muito estimamos e muito admiramos. Falamos do Padre José Fernando, o Padre Motard.


Há dias, numa daquelas passagens pela RCB, quando conversávamos sobre várias coisas da vida, inclusive e eu ser do Sporting e ele do Benfica, o Padre José Fernando, confidenciou-me que tem uma grande amizade e uma enorme simpatia pelo guarda-redes do Sporting em resultado de ser namorado de uma jovem de quem ele gosta muito, a Joana. Com o casamento de ambos, estou certo que o Padre Motard e cantor, também estará muito feliz e provavelmente a orar pela felicidade do jovem casal.


No futsal o Sporting, que arredou a Desportiva do Fundão da final do Play-off, após terceiro jogo, venceu esta tarde o Benfica, no primeiro jogo de uma série que podem ser cinco.

O jogo realizou-se no Pavilhão da Luz e o Sporting acabou por ser mais feliz na conversão de grandes penalidades. Nos primeiros 20 minutos não se registaram golos, porque os dois treinadores colocaram as suas equipas muito amarradas a sistemas tácticos que poucas chances tinham de poder marcar golos. Na segunda parte tudo se alterou. As equipas vieram mais ambiciosas e o Benfica foi o primeiro a marcar, respondendo o Sporting com o tento do empate. No final do tempo regulamentar o empate era o resultado natural, tal o equilíbrio.


No prolongamento viu-se um outro futsal e um outro jogo. O Benfica ganhou vantagem, num livre directo, após 6ª falta dos leões e logo a seguir os encarnados colocavam o resultado em 3-1. Parecia que o Benfica já não iria deixar fugir a vitória, só que em futsal tudo se altera em segundos. Na 2ª parte do prolongamento o Sporting reduziu e relançou a partida, mas poucos segundos depois o Benfica voltava a ficar com dois golos de vantagem. Com dois minutos para se jogar e a perder por 4-2 o Sporting arriscou tudo, jogou de 5 x 4 e, com este arriscado sistema, conseguiu chegar à igualdade, quando faltavam 10 segundos para o termo do encontro. Quatro quatro foi o resultado final e por isso foi necessário o recurso à marcação de grandes penalidades. Neste particular o Sporting converteu as primeiras três e o guardião leonino defendeu os três remates dos jogadores do Benfica. No final o Sporting ficava em vantagem por 7-4 e 1-0 de vitórias.


Amanhã, pelas 17 horas, os dois clubes voltam a encontrar-se para o 2º jogo, no mesmo local. O campeão vai ter que vencer três jogos e por isso,

Falar para desconsiderar

Hoje um sujeito, que já foi político e que continua junto deles, teve o desplante de dizer, num discurso proferido nas comemorações do 10 de Junho, que tiveram lugar em Castelo Branco, que Portugal está a passar pelo pior período do último século.

Não sei a idade do senhor, mas o que tenho a certeza é de que tem idade suficiente para não dizer tamanho disparate. É certo que aquele senhor foi um dos poucos privilegiados do antigo regime, mas certamente não se terá esquecido que há 40/50 anos Portugal tinha mais de 60% de analfabetos; não se terá esquecido que naquele tempo só tinham direito a ter estudos os meninos bem-nascidos ou os de melhores posses – como terá sido o seu caso - ; não se terá esquecido que naquele tempo não havia hospitais, não havia médicos, não havia enfermeiros, não havia escolas, não havia as coisas mais básicas e também não havia vias de comunicação. Naquele tempo para se ir do Fundão a Lisboa demorava-se 6 a 7 horas.

Mas esse senhor também se devia lembrar que nesse tempo o nosso país estava numa guerra sangrenta nas antigas colónias, onde morreram ou ficaram mutilados muitos milhares de jovens; esse senhor devia saber que o desemprego era cinco ou seis vezes superior ao actual. Foi nesse tempo que se deu o êxodo de mais de dois milhões de portugueses, a maioria, cerca de um milhão, a salto, para França e outros tantos para o Brasil, América, Canada, Venezuela, África do Sul e tantos outros países. Acresce a estes que imigraram, todos aqueles milhares de jovens que se encontrava a prestar o serviço militar, obrigatório.

Uma pessoa que assim fala, provavelmente, esqueceu a miséria que reinava nas famílias portuguesas, esqueceu ou não passou por isso, de se dividir uma sardinha por três, ou dividir um ovo cozido por três ou quatro, de haver famílias em que os filhos dormiam quatro na mesma cama, dois para a cabeça e dois para os pés, que as famílias, de tão pobres que eram, quando a doença lhes batia à porta e quando já pouco havia a fazer, tentavam, como recurso final, dar uma canjinha ao doente – porque outro remédio não havia - então lá se matava uma galinha quando, na maioria das vezes, o doente já não a conseguia comer.

Também terá esquecido que naquele tempo não havia saneamento, as famílias não tinham  sanitários em suas casas, não tinham água corrente. A falta de higiene não era total porque os pobres sempre encontraram boas soluções para se manterem limpos e os filhos asseados, mas não tinham em suas casas as condições básicas.

Estes sim, estes é que foram os piores tempos de Portugal. Estes é que foram tempos que a todos nós envergonhavam. Não desvalorizem o que Portugal tem estado a fazer bem, realce-se o que Portugal ainda pode continuar a oferecer, hoje, aos portugueses.

Hoje António Barreto quis voltar a considerar de ignorantes os portugueses. Calado teria estado muito bem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Olho vivo

Então não é que há dias descobriu-se que existia um Buraco de 12.500,00 euros, na tesouraria de uma autarquia do distrito de Castelo Branco e que esse buraco estava a ser camuflado com um cheque da Casa do Benfica dessa localidade !

O curioso é que o tesoureiro da autarquia em questão é a mesma pessoa que preside à Casa do Benfica.


Já se sabe que o cheque que servia de tampão ao buraco já foi entregue no banco onde, ao que parece, esteve a faltar o dinheiro e, desse modo, ficou limpa a imagem da Casa do Benfica e dos restantes dirigentes que fazem parte dos corpos sociais.


Ainda não se sabe o que causou o buraco na autarquia e as razões para ele ter sido tapado daquela maneira. É natural que esteja a decorrer uma investigação interna para apurar os detalhes de todo este enredo.


O que em rigor se sabe é que o referido tesoureiro, também presidente da Casa do Benfica, está suspenso das suas funções e alvo de um processo disciplinar. Gostaríamos de saber, quando terminar a investigação, o que originou o buraco e para onde se terá escapado o dinheiro de que se fala.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Gala do Futebol Distrital já tem nomeados

A direcção da Associação de Futebol de Castelo Branco e os representantes dos órgãos de comunicação social, parceiros na organização da Gala do Futebol distrital, reuniram na noite de ontem para escolherem os agentes desportivos que no decorrer do ano desportivo que agora termina, mais se distinguiram e que por isso mereceram ser nomeados para receber o troféu, referente a cada uma das categorias, de futebol e futsal.



Foram nomeados três agentes por cada categoria.


Melhor jogador sénior de futebol (nacionais): Ronan - Benfica C. Branco, Ídris – Sertanense e Ivo Pinto – SC Covilhã;


Melhor Jogador sénior de futebol (distritais): Ricardo Costa – Penamacorense, Rabãa – Sernache e Nuno Carvalheiro – Alcains;


Melhor jogador sénior futsal (nacionais): Marco Borronha – Boa Esperança, Jander – A. D. Fundão e Buíu – A.D. Fundão;


Melhor jogador sénior futsal (distritais): Gonçalo – Alcaria, Artur – SC Covilhã e João Paulo Aguilar – SC Covilhã;


Melhor jogador da formação em futebol: João Diogo – Benfica C. Branco, Diogo Gaspar – SC Covilhã e Bruno Sousa – Bº Valongo;


Melhor jogador da formação em futsal: Rui Gaspar – AD Fundão, João Ramos –Ladoeiro e Dário – Paul;


Melhor jogadora do futsal feminina: Daniela Rodrigues – Casa Benfica Alcains, Cátia Morgado – AD Estação e Mafalda Galhofo – Bº Cansado;


Melhor Treinador futebol sénior: José Bizarro – Sertanense, Hugo Andriaça – Penamacorense e Filipe Avelar – Sernache;


Melhor treinador de futsal: Joel Rocha – A.D. Fundão, Artur Rodrigues – Alcaria e João Paulo Santos – SC Covilhã;


Melhor treinador da formação de futebol e futsal: Joca – C. Ac. Fundão, Rui Melo – Bº Valongo e Pedro Ribeiro – Ladoeiro;


Melhor dirigente: António Joaquim – V. Sernache, Paulo Farinha – Sertanense e Fernando Fiúza – C. Ac. Fundão.


Já está encontrado o melhor árbitro da época: Ricardo Fontes e, para além destes prémios, a Associação de Futebol de Castelo Branco vai atribuir, também, um prémio prestigio, a personalidade que se evidenciou pelos relevantes serviços prestados ao futebol distrital.


A Gala do Futebol Distrital vai realizar-se no dia 18 de Junho, numa unidade hoteleira do concelho da sertã e, para além dos prémios referidos, vão ser entregues os diferentes troféus ou taças aos campeões distritais das diferentes categorias de futebol e futsal.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Comunicar com rigor, uma exigência

O acto de comunicar obedece a princípios que são de rigor, isenção, verdade e transparência. Quem contrariar estes princípios está, a nosso ver, a prestar um mau serviço ao público que seria o alvo desse tipo de mensagens.

O mensageiro será sempre considerado como o supremo emissor da verdade do acontecimento, da noticia, do acto. Mas o mensageiro é, também, o primeiro a reconhecer que se não difundir de forma correcta a sua mensagem pode levar a que se desencadeie uma série de acontecimentos, inclusive de pânico, que, muitas vezes, resvalam para situações de difícil retrocesso.

A mais recente doença e-coli é o exemplo daquilo que não devia ter acontecido em termos informativos. Dá-se a noticia de um número significativo de mortes derivados da doença e aponta-se, sem se terem feito as necessárias verificações técnicas, como causa os pepinos de cultura espanhola.

Ora, como já se concluiu, nem os pepinos estavam na origem do vírus da doença nem qualquer outro legume (falou-se também no tomate) se provou poder ser o causador de tal "epidemia".

Conclusão, ninguém mais comeu pepinos, quer tivessem origem nas culturas agrícolas espanholas quer as que se produziram noutros países, inclusive Portugal.

Este alarme resultou em graves prejuízos para os produtores e também para os distribuidores deste tipo de alimentos. A pergunta que se coloca será esta: onde estão os responsáveis e como reparar uma situação destas ?

Como em muitas outras situações semelhantes não haverá culpados e os prejuizos ficam com quem os teve.

PSD e CDS vão coligar-se para Governar Portugal

 
 
Já se sabia que assim seria, mas hoje, depois de Cavaco Silva ter recebido Passos Coelho, convidando-o para fazer as diligências para formar governo,  aquilo que era expectável passou a ser uma confirmação. Os dois partidos mais à direita no parlamento vão mesmo ter que se entender para formarem governo.

Já toda a gente sabe o que está guardado para os portugueses: austeridade, é certamente o que todos nós temos mais certo. No entanto, estou curioso para ver se o novo governo, PSD, com o CDS,  vai dar mais atenção à 3ª idade e aos reformados mais carentes, como tantas vezes fizeram crer,  se a agricultura vai ser uma aposta e que tipo de agricultores vão ser apoiados ( espero que não sejam os mesmos que se aproveitaram da agricultura, quando vinha dinheiro às toneladas para Portugal,  para comprarem, com o dinheiro que devia servir para a modernização e desenvolvimento de novas culturas e produções, brutas máquinas, topo de gama e riquíssimas vivendas) e como vão fazer para revitalizarem as pescas, outra bandeira do CDS.

Estou curioso para ver quais vão ser as soluções para resolver o emprego dos jovens, uma bandeira dos dois partidos; tenho curiosidade em ver como vai o novo governo proceder com os Institutos e Fundações, considerados como um flagelo nacional. Vai encerra-los? vai privatiza-los? Bom, fala-se que são mais de 14 mil, se cada uma destas instituições tiver, apenas, 5 funcionários ( é evidente que qualquer delas tem mais) pelas minhas contas isso deverá corresponder a qualquer coisa como 70 mil funcionários, números por baixo. Vão todos para o desemprego ou, ao invés, adia-se o problema e como medida prática despedem-se os boys e entram os laranjinhas? Já agora, também tenho alguma curiosidade para saber o que vai fazer o novo governo com o TGV. São apenas curiosidades.

Estou certo que a maioria PSD/CDS vai ter melhores condições para colocar nos eixos o nosso país, e terá todas as condições para colocar em pratica as recomendações da troika, visto terem também no PS um bom aliado, no entanto, será importante que Passos Coelho, (i), saiba escolher as pessoas certas para os lugares certos e que os ministros a escolher sejam dotados de muita inteligência e muito saber e (ii) que acabem de vez as guerras intestinas. Tenho para mim que nenhum primeiro ministro, por mais competente que seja, terá vida facilitada se as oposições se comportarem como o fizeram nos últimos anos com o actual primeiro ministro.

Provavelmente, lá para o S. João já devemos ter novo Governo.