quarta-feira, 22 de junho de 2016

A difícil escolha dos melhores

Nem sempre conseguimos ser totalmente justos quando temos que avaliar o desempenho de atletas, técnicos e dirigentes que ao longo de uma época desportiva tudo fizeram para merecer da nossa parte uma boa escolha.

Ao fazer parte do júri que teve a missão de escolher os melhores atletas, os melhores técnicos de futebol e futsal e os melhores dirigentes dos clubes que participam nas competições distritais, nestas duas modalidades, posso admitir que não terei sido totalmente justo com alguns daqueles que ficaram de fora da possibilidade de terem sido galardoados, no entanto, acho que as minhas escolhas estariam bastante mais próximas da realidade observada pelos nossos repórteres ao longo da época.

Fomos alvo de críticas por parte de algumas pessoas ligadas a clubes do nosso distrito por termos participado numa votação que não reconheceu o mérito dos melhores. Aceito as críticas, porque também eu cheguei a essa conclusão, mas quero informar que o meu voto era um entre onze.

Na verdade participei na votação, mas isso não quer dizer que no apuramento dos votos contados todos os vencedores tenham merecido os meus votos. Para ilustrar um pouco a minha defesa, quero deixar aqui dois exemplos:

Não, não votei no técnico que venceu o troféu para o melhor treinador de formação de futsal. Na altura estavam ainda duas provas a decorrer, com clubes do distrito a participarem em provas nacionais, por se terem sagrado campeões distritais e uma dessas equipas estava bem posicionada para poder chegar longe nessa competição, como se veio a verificar, logo, para mim a escolha do melhor treinador de formação era óbvia. 

Não, não votei na atleta que ganhou o prémio de melhor jogadora sénior de futsal, pela simples razão de que essa atleta dificilmente jogaria com regularidade na equipa que se sagrou campeão distrital e que bateu todos os records em número de vitórias, golos marcados, golos sofridos, etc…. Nesta equipa havia quatro a cinco atletas que mereciam essa distinção, sem qualquer tipo de contestação.

Assim como não concordei com os prémios que distinguiram dirigentes, estes da exclusiva responsabilidade da direcção da AFCB. Não faz nenhum sentido atribuir um troféu dedicação a um dirigente que anda nestas andanças há meia dúzia de anos, quando há outros que são tão ou mais dedicados e andam no futebol há mais de 20 anos. Aqui no Fundão havia um dirigente que esteve à frente do clube durante 22 anos, foi várias vezes campeões distritais, desde os iniciados até aos seniores e, neste escalão, para além de ter discutido um título nacional, estiveram em seis das últimas sete finais que se realizaram em Portugal, na modalidade de futsal. Não seria um prémio melhor atribuído?

Mesmo o prémio Prestigio, este ano atribuído (vá-se lá saber porquê) a uma personalidade distante do futebol ou do futsal, encaixava perfeitamente no dirigente fundanense.
                                                        
A menos que muita coisa se altere, deixaremos de fazer parte do júri em representação da Rádio que dirijo. Não nos iremos associar à AFCB porque não concordo com várias situações que ocorreram nos dois últimos anos.

Não concordo que façam parte do júri da gala do futebol distrital entidades ou personalidades que nunca estiveram num recinto desportivo a analisar os jogos de futebol ou futsal que se disputaram no distrito;

Não concordo que o director técnico da associação influencie a votação dos dirigentes associativos, com os seus pareceres, porque não lhe reconheço conhecimento perfeito da realidade do futebol e futsal do distrito, ainda que pelas funções que exerce fosse a pessoa em melhor posição para avaliar. Esta minha deselegância resulta no facto do referido director técnico não ser visto nos recintos desportivos onde acontecem as competições. Quem não vê não pode avaliar;

Não concordo que na reunião de nomeação estejam presentes quatro órgãos de comunicação social (os habituais: RCB, Jornal do Fundão, Reconquista e R. Condestável) e dois a três dirigentes associativos e na reunião que decide quem são os melhores já estejam sete órgãos de comunicação social (alguns não acompanham qualquer modalidade desportiva, tão pouco qualquer outra actividade, limitando-se a aproveitar o trabalho dos outros. Estes nem sabem bem o que estão a votar) e quatro dirigentes associativos.

Também não concordo que nos cartazes de promoção do evento, ao lado dos órgãos de comunicação social que fizeram parte do júri se encontrem outros que nada fizeram e que tiveram benesses que faltaram para os que participaram, como aconteceu na última gala. Quem nada fez teve direito a dois lugares na gala, quem sempre esteve presente teve direito aos mesmos dois lugares. Foi injusto para quem fez parte do júri.