A difícil escolha dos melhores
Nem sempre conseguimos ser totalmente justos quando temos que
avaliar o desempenho de atletas, técnicos e dirigentes que ao longo de uma
época desportiva tudo fizeram para merecer da nossa parte uma boa escolha.
Ao fazer parte do júri que teve a missão de escolher os
melhores atletas, os melhores técnicos de futebol e futsal e os melhores
dirigentes dos clubes que participam nas competições distritais, nestas duas
modalidades, posso admitir que não terei sido totalmente justo com alguns
daqueles que ficaram de fora da possibilidade de terem sido galardoados, no
entanto, acho que as minhas escolhas estariam bastante mais próximas da
realidade observada pelos nossos repórteres ao longo da época.
Fomos alvo de críticas por parte de algumas pessoas ligadas a
clubes do nosso distrito por termos participado numa votação que não reconheceu o
mérito dos melhores. Aceito as críticas, porque também eu cheguei a essa
conclusão, mas quero informar que o meu voto era um entre onze.
Na verdade participei na votação, mas isso não quer dizer que
no apuramento dos votos contados todos os vencedores tenham merecido os meus
votos. Para ilustrar um pouco a minha defesa, quero deixar aqui dois exemplos:
Não, não votei no técnico que venceu o troféu para o melhor treinador
de formação de futsal. Na altura estavam ainda duas provas a decorrer, com clubes
do distrito a participarem em provas nacionais, por se terem sagrado campeões
distritais e uma dessas equipas estava bem posicionada para poder chegar longe
nessa competição, como se veio a verificar, logo, para mim a escolha do melhor
treinador de formação era óbvia.
Não, não votei na atleta que ganhou o prémio de melhor
jogadora sénior de futsal, pela simples razão de que essa atleta dificilmente
jogaria com regularidade na equipa que se sagrou campeão distrital e que bateu
todos os records em número de vitórias, golos marcados, golos sofridos, etc….
Nesta equipa havia quatro a cinco atletas que mereciam essa distinção, sem
qualquer tipo de contestação.
Assim como não concordei com os prémios que distinguiram
dirigentes, estes da exclusiva responsabilidade da direcção da AFCB. Não faz nenhum
sentido atribuir um troféu dedicação a um dirigente que anda nestas andanças há
meia dúzia de anos, quando há outros que são tão ou mais dedicados e andam no
futebol há mais de 20 anos. Aqui no Fundão havia um dirigente que esteve à
frente do clube durante 22 anos, foi várias vezes campeões distritais, desde os
iniciados até aos seniores e, neste escalão, para além de ter discutido um título
nacional, estiveram em seis das últimas sete finais que se realizaram em
Portugal, na modalidade de futsal. Não seria um prémio melhor atribuído?
Mesmo o prémio Prestigio, este ano atribuído (vá-se lá saber
porquê) a uma personalidade distante do futebol ou do futsal, encaixava
perfeitamente no dirigente fundanense.
A menos que muita coisa se altere, deixaremos de fazer parte
do júri em representação da Rádio que dirijo. Não nos iremos associar à AFCB porque
não concordo com várias situações que ocorreram nos dois últimos anos.
Não concordo que façam parte do júri da gala do futebol
distrital entidades ou personalidades que nunca estiveram num recinto
desportivo a analisar os jogos de futebol ou futsal que se disputaram no
distrito;
Não concordo que o director técnico da associação influencie a
votação dos dirigentes associativos, com os seus pareceres, porque não lhe reconheço
conhecimento perfeito da realidade do futebol e futsal do distrito, ainda que
pelas funções que exerce fosse a pessoa em melhor posição para avaliar. Esta
minha deselegância resulta no facto do referido director técnico não ser visto
nos recintos desportivos onde acontecem as competições. Quem não vê não pode
avaliar;
Não concordo que na reunião de nomeação estejam presentes
quatro órgãos de comunicação social (os habituais: RCB, Jornal do Fundão,
Reconquista e R. Condestável) e dois a três dirigentes associativos e na
reunião que decide quem são os melhores já estejam sete órgãos de comunicação
social (alguns não acompanham qualquer modalidade desportiva, tão pouco
qualquer outra actividade, limitando-se a aproveitar o trabalho dos outros.
Estes nem sabem bem o que estão a votar) e quatro dirigentes associativos.
Também não concordo que nos cartazes de promoção do evento, ao
lado dos órgãos de comunicação social que fizeram parte do júri se encontrem
outros que nada fizeram e que tiveram benesses que faltaram para os que
participaram, como aconteceu na última gala. Quem nada fez teve direito a dois
lugares na gala, quem sempre esteve presente teve direito aos mesmos dois
lugares. Foi injusto para quem fez parte do júri.
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