Primeira derrota de Passos Coelho ?

Sim. Em termos políticos esta foi uma derrota pessoal do líder do partido mais votado nas últimas eleições e indigitado primeiro-ministro. O seu candidato para presidir à mesa da Assembleia da república, Fernando Nobre, foi derrotado nas duas votações que ocorreram no hemiciclo e essa situação não passa nem vai passar despercebida aos analistas políticos e, naturalmente, ao povo português, embora este seja um caso menor.

Na primeira votação Nobre conseguiu obter 106 votos, dos 230 deputados, na segunda votação teve menos um que na primeira: 105. Isto quer dizer que nem todos os deputados do PSD, que o propôs, votaram neste candidato. Na primeira votação foram dois os deputados que não votaram em Nobre e na segunda votação foram 3, reforçando a posição negativa que esta escolha acabou por merecer, inclusive no PSD.

Este primeiro constrangimento para Passos Coelho vem reforçar o peso que o CDS vai ter no governo que amanhã toma posse. Paulo Portas passou uma clara mensagem quando disse que o candidato de Passos Coelho não reunia as condições para ser a segunda figura institucional do estado e por outro lado colocou em sentido o PSD sobre a importância que o seu partido vai ter na governação do país: “se não for como nós queremos a governação pode ser um fiasco”, podia dizer Portas.

Perante a rejeição do parlamento não restou outra alternativa a Fernando Nobre que não fosse a retirada da sua candidatura ao lugar, colocando nas mão do PSD a escolha de novo candidato. Fernando Nobre, ao contrário do que chegou a dizer, vai assumir o cargo de deputado.

Numa de justificação, Fernando Nobre ouviu do representante do PSD, Miguel Macedo, palavras elogiosas, mas notou-se que o fundador da AMI estava constrangido e, dizemos nós, derrotado.

Perante esta inédita situação, o parlamento só vai ter novo líder depois do governo tomar posse. Pela manhã vão tomar posse os deputados que irão substituir os elementos que seguem para o governo, pelo meio dia Cavaco Silva dá posse ao executivo e o parlamento abre os trabalhos, para nova eleição do seu presidente, pelas 16 horas. O Madeirense Guilherme Silva e o açoriano Mota Amaral são os principais candidatos ao lugar. As candidaturas terão que ser apresentadas até às 14 horas de terça-feira.

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